Boas vindas

Que todos possam, como estou fazendo, espalharem pingos e respingos de suas memórias.
Passando para as novas gerações o belo que a gente viveu.
(José Milbs, editor)

26.3.09

Por que choras quando eu canto?

No quarto 10 do Hospital de nome Casa de Caridade de Macaé

A FÉ DE NHASINHA

Dr. Moacyr Santos e Frei Baltazar se olharam de soslaio. De um lado o materialismo dialético do competente, do caridoso médico. Do outro a crendice de um velho Frei, musculoso, acostumado as durezas do dia a dia. Ambos se uniram numa coisa que une todos os seres da criação: o amor.

Os olhos lacrimejastes de Nhasinha tocaram as profundas almas destes dois homens acostumados com a morte. Moacyr e Frei Baltazar saíram do quarto e deixaram Nhasinha com seu filho ao colo moribundo.

"Nada podemos fazer", sussurram ou ao outro no longo corredor da velha e secular Casa de Caridade de Macaé.

Até o olhar de conforto que Dona Durvalina e Seu Aluísio Andrade faziam, que ficariam registrado no diário do tempo e escrito hoje, previam a morte rondando e sentiam que o pior estava para acontecer. Médico e Frei saiem do quarto 10 da Casa de Caridade de Macaé, Na 1ª dobra do longo corredor, balançam as cabeças para o casal Aluisio/Durvalina.

O menino estava desenganado

José Milbs ainda respirava. Nhasinha com as lágrimas que caiam em sua face enrolou a criança num lençol hospitalar e foi para o corredor. Ainda pode ver ao final do belo e imponente corredor o Médico Moacyr Santos e o Frei balthazae dobrarem com destino ao portão principal do Hospital, onde tinha uma Capela.

Ecila entra no quarto e diz com os olhos cheios de lágrimas: "Nada mais se pode fazer, minha mãe. Já foi minstrada a Extema-unçao, Ele foi batizado, como a senhora pediu. Não tenho culpa. Eu quis e lhe dei o meu filho em lugar do seu, meu irmão que a senhora perdeu...

Infelizmente ele não deve sobreviver. Falou Ecila, amparada pelo casal Aluisio/Durvalina Andrade.

Nhasinha foi em direção ao corredor com o recém-nascido ao colo, começou um processo de respiração com a criança, que só os deuses podem explicar. Se ali aconteceu algum milagre ninguém pode afirmar.

Fato é que pela manha, aquele corpinho gelado já dava sinais de aquecimento.

Os olhinhos começaram a tremer dando sintonia à existência vital ao redor. Dr. Moacyr chegou ao espanto quando viu o menino no outro dia. Se não fosse materialista diria que aconteceu um milagre.

Temos de pensar agora na parte estética, dificilmente poderá viver uma normalidade pois esse problema da cabeça o deformará.

Mais uma vez ele estava sendo o veículo do canal divino. Ela não se deixou abater. Com a criança sempre ao colo, que só ia para sua mãe de leite Nilza Mello, irmã de Tote Mello e esposa de Tinoco Keller. Nos outros períodos, Nhasinha fazia massagens e torneava a cabeça do menino.

Como um artista que transforma em esculturas peças brutas, ela, pacientemente ia mexendo e moldando a massa de carne vermelha que feiava seu querido neto, na representação viva de seu filho e esposo. O menino representava a trilogia que só o amor pode explicar e entender como vetor do tempo e das verdades ocultas ao homem.

Ela sabia que o tempo era seu aliado. Sabia que o amor e o tempo se unem sempre na existência humana torneando suas raízes e belezas. Nhasinha tinha esse espírito de conceituação filosófica e sabia a extensão do belo e o verdadeiro sentido do divino. Tem pessoas que nascem com este dom natural e Nhasinha tinha este nascimento.

Enquanto Ecila , Nilza e outras senhoras serviam o leite materno Nhasinha ficava noites e dias inteiros modelando esta massa fria de carne vermelha no belo que ela queria para esta criança. que tinha vindo ao mundo num dia 13 de agosto de l939 leonino como ela, que era de 20 de agosto de l889.

Os dias iam passando. As noites de setembro davam lugar a uma primavera fresca que até hoje habita Macaé. a Praça Veríssimo de Mello continuava com as folhas dos oitis caindo, crianças pulavam nos arredores da Casa de Caridade de Macaé.

Já havia a casa de Clóves Mello, filho de Cezar Mello do jornal "O Século", e pai de Euzébio Luiz da Costa Mello. Já havia o casarão onde morava Seu Lafaiete Vieira, pai de Faetinho e Walter e tinha ainda as casas de seu Sátiro Lins e Clodowin Graça pai de nosso querido contemporâneo Zé de seu Clodovil.

Do lado esquerdo havia a imponente casa de Seu Gastão pai de Dona Mirsys, Regis e Rosana Belmont e avô de Tânia Schueler.

Havia também dona "Totinha", Dona Maria Drumond. Como toda cidade, a Praça, a Igreja, pessoas e o mundo fora do Hospital da Casa de Caridade de Macaé, no norte do Estado do Rio de Janeiro. Vultos de gente, pessoas e locais habitavam a cabeça de Nhasinha ao olhar e pensar da janela do quarto 10.
Extraido do Livro On-line Saga de Nhasinha em www.jornalorebate.com e ou no livro
http://www.jornalorebate.com/nhasinha/14.htm

21.3.09

Otavianno Canella um homem além de seu tempo que pensou Macaé 100 anos à frente...





Foi nesta época de uma alegre e pura maldade que aportou em MACAÉ, vindo dos Campos dos Goytacazes, um vulto alto, esguio e bem falante. Trazia uma esposa de pele clara e formação educada, que foi tomando conta da comunidade pelos dotes de mulher, diferente no trato e no vestir. Era a esposa de seu Otavianno , com dois enes como ele gostava de dizer, Canella.
Canella foi se adaptando as maneiras macaenses e, como bom índio Goitacá, foi montando sua tenta e abrindo seu espaço.

Dono de uma grande verbosidade e de uma cabeça a frente de seu tempo ele visualizava a cidade com 50 anos a frente e foi cimentando suas idéias e adquirindo imóveis onde, as pessoas davam ou vendiam "a preço de bananas, como se diz nas rodas lindas das noites enluaradas dos sertoes brasileiros.
Canella ocupou toda orla da Praia Campista onde é hoje o trevo da Petrobrás e foi loteando por sua conta e risco onde hoje fica os altos da LAGOA DE IMBOASSICA. Sempre na sua Brasília amarela que parecia projetar os futuros mamonas .
Vinha e ia sempre de sua casa para o Bar e restaurante Belas Artes trocar idéias e fazer negócios. Foi lá que eu conheci este malandro nato que muito me ensinou nas artimanhas da vida. Eu com pouco mais de 40 anos e ele beirando os 98 anos.
Sua mesa estava sempre cheia de gente. Mangueira, o Velho Maia, o irmão gordo de Mangueira, Zé Clímaco, Carlos Augusto Garcia, José Lyra Madeira, Ruy Figueiredo Borges, José de Mattos, Leandro Soares, Aloísio da Vassoura, Gerson Miranda, Juventino Pacheco, Faustino Marciano de Castro, Filhinho Monteiro, Carlos Maia, Manoel Maia, Alvinho Paixão, Antão Freitas, Alcebíades Azevedo, Ruy Moutinho de Almeida, Paulo Rodrigues Barreto, Roberto Moacyr, e outros que me fogem a memória.
Canella ia transferindo para todos suas experiências campistas e conquistando os espaços na cidade e formulando idéias de vendas e compras, já que a maioria das pessoas estava mesmo acomodada em sair de casa, abrir o comércio, fechar as l7 horas, tomar um banho e ir para a rua trocar idéias ou falar da vida alheia em longas fofocas interioranas que eram um dos motivos maiores para que as longas conversas tivessem sentido.
Gargalhadas para lá, olhares de soslaio para ver se não vinham parentes das pessoas fofocadas e assim a vida de Macaé caminhava nos passos lentos nas tardes noites nativas. Igual a todas as noites em qualquer cidade de interior do Brasil.
O "cerzimento" do Café por Toninho, com sua tradicional educação e paciência, era apenas sentida quando trazia para a roda mais cadeiras com a chegada de Márcio Paes, Waldyr Siqueira e alguns galistas que cumprimentavam e iam direto para o reservado, para uma refeição maior.
No caixa, o português Dinis e sua meiga esposa dona Maria, já sabiam que quando a mesa ia ficando com poucas pessoas já se avizinhava um "beiço" (nome ou termo usado nas cidades da regiao do RJ que pode ser também Pindura) na despesa e, catucando com o olhar de além mar para "Toninho", dizia que era chegada a hora de fechar a roda, sob pena do pindura ser a melhor opção.
As vezes a animaçao das noites era incentivada por "Gabarito" que, muito doido, entrava porta a dentro e o bar se fechava mais cedo. Esta figura alegre, era um sisudo funcionário do DNOS, que, com algumas pingas na cachola, incorporava o "gabarito" dançando com pratos na cabeça, bulinando mesas, dando tapas nas cabeças das pessoas, enfim, coisa que todo bebum, com l m 50 de altura e pesando uns 48k, nao recebia outra opçao das pessoas senao um alegre até logo...
Dinis deixou a direção do Belas Artes e veio dona Maria e seu "Paco" que trouxeram com eles os seus filhos que se criaram junto com todos nós. Roberto, o mais velho se casou com a filha de Bráulio e Ceni e depois foi para Europa.
Dona Maria e seu Paco foram os mais pacientes de todos os proprietários deste famoso bar. Acho que só comparado a Dinys e Dona Maria.
Vez ou outra entrava no BELAS ARTES vindo do jogo de Carteado da Rua da Praia, Pantaleão Teixeira, "Djalma Maluco", Mascarenhas para comprarem cigarros e levar café nas térmicas para as rodadas de Campista, Cunca e 21, jogos que viravam a noite.
Alguns visitantes engraxavam sapatos com "Tiziu" ou com "Sapato Branco Jogou Poeira no Vento". Este era o apelido de Aminta que sempre trocava suas frases mais era entendido. Ele queria dizer que o vento tinha jogado poeira no sapato branco. "Aminta" fazia seu ponto de engraxate na loteria de seu Martins, outro campista que importamos.
Quando chegavam de viagens desciam dos ônibus para um cafezinho ou um simples boa noite. O "Belas Artes" era o lugar de destaque. Na estação os carregadores de malas requisitados eram "Nilo Pavão" ou "Coruja", o "Bença Mamãe"... "Coruja" tinha este apelido de Bença porque quando de um baile na Barra apagou a luz e ele agarrou a primeira mulher que estava na frente. A luz acendeu e advinham o porque do apelido?
Canella ia observando toda a movimentação e forjava suas idéias onde o primordial era adquirir áreas onde iria povoar uma Macaé que ele sabia ser de um futuro muito bom para seus objetivos financeiros.
Tinha suas preferências em amizades e eu, "Parodi", "Filhinho Monteiro," Omir Sá Rocha e Carlos Maia eram suas melhores escolhas. Criou um menino negro que era seu orgulho e alegrias. Vendeu parte do seu ultimo imóvel em frente a Lagoa mais separou um lote para "Sebastiazinho" que ainda lá reside.
Falava de suas andanças nas periferias de Campos e de seu irmão, Silvino Canella que se formou em medicina na Suíça. Já com seus 98 anos ele quis casar e o fez com dona Dinorah que infelizmente o colocou no Asilo onde triste e sozinho ele faleceu.
Um dia eu fui com Maia visitá-lo e não era mais o "Guerreiro Goitacá". Deitado numa cama , num quarto coletivo ele pedia para que lhe tirasse dali.
Sua mente ainda tinha a juventude que queria voar pelo mundo e criar suas próprias azas. Porém, a fragilidade do corpo não obedecia a jovem alma, e se quedava no canto. Omir Rocha, outro que comigo ia visitá-lo, tentou contato com um seu parente em Campos de nome Ari Canela, que não deu atenção ao fato. Este seu primo parecia ser um índio já escovado pelos homens brancos Era mesmo o fim que se avizinhava para o velho Canella.
Uma Irmã de Caridade , que nos recebeu quando de sua morte, perguntada de que teria morrido olhou para dentro de si mesma e balbuciou como que num final de prece.
Ele morreu de tristeza e solidão. Seu sepultamento tinha apenas eu, Carlos Maia, "Parodi" e Omir, precisamos de mais um para por seu caixão o que foi feito por um coveiro de plantão. Uma flor colhida no próprio cemitério foi colocada em sinal de beleza na despedida deste mestre, filósofo, empresário, grande boêmio, campista e excelente amigo.
Tem gente que nasce com determinadas estrelas. Tipo assim uma figura carimbada pela criação. Nunca deixam dinheiro nem heranças. Me fazia lembrar o velho GANDHI e sua frase belíssima:
"Cada dia a natureza produz o suficiente para nossas carências. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário não haveria pobreza no mundo e ninguém morreria de inanição".
Canella era uma destas figurinhas que tivemos em nosso álbum. Quando ele morreu, as vésperas da primavera eu, ainda tendo acesso a imprensa, fiz uma crônica que terminava dizendo que ele ia com sua essência estrumar a terra da primavera que ele não ia ver.
Uma de suas mais importantes observações de vida foi me revelado. Ele estava já no seu final e me chamou num canto e falou. Meu amigo, acho que estou terminando meu filme. Perguntei rindo, que filme Canella? e ele , sério,. com seu olhar penetrante de cacique Goitacá, sentencia, acho que está acabando meu filme na cabeça, não sonho mais como antes eu sonhava, e acordo muito na noite, e as cores dos meus sonhos não estão mais nítidas, e, olhando me, perguntou como se tivesse já afirmativa resposta, será que temos dentro de nós um filme igual no cinema?
Era mesmo o fim de seu filme, pensei. Ri e desviei a conversa pedindo um chope. Canella sempre dizia que sua avó tinha sido pega a laço nos sertões de São João da Barra e que não se adaptando a vida civilizada (???) suicidou-se.
Era mesmo um índio Goitacá o meu bom e velho amigo Canella. (José Milbs, editor de O Rebate em www.jornalorebate.com)

6.3.09

O Homem é o que é por último? David Nasser foi um grande compositor e afirmaria?




Esse homem que hoje passa maltrapilho,
Fracassado no seu traje furta-cor,
Um dia já foi homem, teve amigos,
Teve amores, mas nunca teve amor,
Soberano da roleta e da campista,
Foi Sua Majestade. O Jogador !


Vermelho, 27,
Seu dinheiro, mil mulheres conquistou,
Vermelho, 27,
Seu dinheiro, tanta gente alimentou,
Um rio de champanhe,
Sorrindo derramou,
E a sua mocidade,
Em fichas transformou,
Vermelho, 27,
Quando a sorte caprichosa o abandonou,
Vermelho, 27,
Cada amigo num estranho se tornou,
Os ossos do banquete,
Aos cães ele atirou,
A vida, a honra, tudo,
Num lance ele arriscou,
Deu preto, 17,
Nem um cão, entre os amigos encontrou...
David Nasser letras

1.3.09

UM TRABALHO QUE É FRUTO DE UMA GENÉTICA QUE HONRA A HISTÓRIA DE NOSSA REGIÃO...





Fruto do trabalho do jovem Carlos Augusto Garcia Assis, que atendendo convite da PMM, assumir, a dois anos, a Secretaria de Ciência e Tecnologia, o CETEP está ai para felicidade de uma gama de jovens e adultos que não tinham opção de cursos técnicos e outras atividades. O REBATE, que acompanha o trabalho dos dedicados funcionários do CETEP está parabenizando este trabalho que marca a trajetória e competência deste jovem, nascido e criado nas nossas ruas e vielas dos anos 70.

Não só de cursos vive a comunidade unida do CETEP. Levam alegrias aos mais carentes, realiza palestras em locais que não tinha chegado as vózes do progresso e está se tornando um pilar de apoio a todas as iniciativas neste campo educacional onde a PETROBRAS e o Governo Federal que pretendem investir pesado na juventude com excelentes ações socias.

Falar da competência do Guto é fácil para quem como eu, o conheço desde seu nascimento e foi neste jornal, nos anos 60, que noticiamos seu nascimento em foto de 1a página. Seu pai, o idealista e humano Antonio Carlos de Assis, foi nosso diretor de Relações Públicas e, como cidadão criou várias atividadas sociais em nossa região. "Capitão", como era carinhosamente atendido, por apelido criado pelo jornal "O Rebate" nos anos de 1970, para fazer criticas e idéias ao BOM FUTEBOL que Cláudio Ulpiano Nogueira Itagiba dirigia em nossas páginas, tinha um carinho especial para Guto e sua precose inteligência. Dizia sempre que, por detrás da figura frágil de Guto, havia uma fortaleza cultural que a cada dia se revelava mais clara.

Com o tempo os comtemporâneos tiveram a certeza do que o velho Capitão previa. No Rio de janeiro, este jovem macaense deslanchou sua maestria educacional e se tornou o Mestre numa profisão ainda rastejante no mundo da informática. Guto acreditou e está ai vencedor.

Atualmente está vindo para Macaé e a região toda a sorte de cursos para a mocidade. Acessorando sua mãe Marilena Garcia, herdeira da tenacidade de Carlos Augusto Tinoco Garcia e de magdá Pereira Garcia, só quem tem a ganhar é a comunidade da Região de Petróleo.

Vida longa ao CETEP e parabéns de O REBATE a todos os que prestam serviços a este setor da educação
. (José Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com )

Um texto musical de David Nasser e Herivelto Martins que Nelson canta e que sempre esta acontecento nas vidas...

Não tenho culpa de ter nascido nos anos em que as noites eram de Serestas, alegres conversas em Cadeiras espalhadas nas Calçadas de ruas mal iluminadas e musicas de rádio "rabo quente". Não havia, salvo os filmes de bang-bang do USA e dos Indios, que a gente torcia pelos bandidos e pelos indios, maldades nem as violências importadas dos dias de hoje.
As pessoas se cumprimentavam não só nas cidades de porte pequeno como nas grandes. Quem conheceu o Rio de Janeiro e São Paulo nos anos 40 50 e início de 60 pode testemunhar o que falo. EM Copacabana e na Av. Paulista as pessoas se conheciam e havia este entrosamento social que fugiu dos interiores das cidades e já não existe nas grandes.
Está música me faz ver certas realidades. E vocês, meus amigos leitores. que acham? José Milbs, editor de O rebate)



Esse homem que hoje passa maltrapilho,
Fracassado no seu traje furta-cor,
Um dia já foi homem, teve amigos,
Teve amores, mas nunca teve amor,
Soberano da roleta e da campista,
Foi Sua Majestade. O Jogador !


Vermelho, 27,
Seu dinheiro, mil mulheres conquistou,
Vermelho, 27,
Seu dinheiro, tanta gente alimentou,
Um rio de champanhe,
Sorrindo derramou,
E a sua mocidade,
Em fichas transformou,
Vermelho, 27,
Quando a sorte caprichosa o abandonou,
Vermelho, 27,
Cada amigo num estranho se tornou,
Os ossos do banquete,
Aos cães ele atirou,
A vida, a honra, tudo,
Num lance ele arriscou,
Deu preto, 17,
Nem um cão, entre os amigos encontrou..